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terça-feira, 7 de janeiro de 2025

30 anos de: Symbolic - Death (1995)

 

Death sempre se destacou como uma força revolucionária no cenário do death metal, e na minha opinião, Symbolic representa o auge desta evolução criativa. Chuck Schuldiner guiou a banda para além dos limites do death metal tradicional, entregando um álbum que combina brutalidade com uma complexidade musical notável. Criando um disco que é amplamente reconhecido como o ponto culminante da discografia da banda, tendo sua influência e impacto como algo inquestionável.

O álbum se distingue não apenas pelo seu som caracteristicamente brutal, mas também pela sua ousadia em incorporar elementos progressivos e sofisticados. Symbolic não é um mero exercício de brutalidade, é também um mergulho profundo em uma experiência musical rica e multifacetada. Cada faixa apresenta uma diversidade de passagens que vão desde cadências suaves até riffs esmagadores. 

Diferentemente dos primeiros trabalhos da banda e que são marcados por temas mais grotescos e de horror, as letras em Symbolic representam um enorme salto em termos de maturidade artística. Com muita sensibilidade, Chuck Schuldiner aborda conceitos universais como a passagem do tempo, as contradições da hipocrisia, o mergulho na introspecção e os dilemas de lutas internas que cada ser humano enfrenta. Essa evolução confere ao álbum uma profundidade singular e que o torna não apenas uma obra musical impactante, mas também uma espécie de convite à contemplação.

A produção de Symbolic é talvez a mais refinada da carreira da banda. A clareza e o detalhamento sonoro permitem que cada elemento da música se destaque de forma poderosa. A fraseologia de Chuck Schuldiner, caracterizada por riffs brutais e técnicas de composição complexas atinge um novo patamar de excelência. A produção cristalina complementa a intensidade das performances e resulta em um som que é ao mesmo tempo impiedoso e majestoso.

A faixa-título, "Symbolic", abre o álbum com um riff marcante que se destaca como um dos meus riffs preferidos de sempre. A música é uma exibição espetacular de mudanças de tempo, bateria inovadora e vocais intensos que estabelecem imediatamente o tom do álbum. "Zero Tolerance" segue como um dos clássicos da banda e que destaca o trabalho de guitarra atonal e as harmonias complexas que são uma marca registrada de Chuck. A evolução de suas habilidades de composição é evidente, com uma abordagem que combina brutalidade e técnica de forma brilhante.

"Empty Words" explora o lado mais progressivo da banda, com uma introdução limpa e desenvolvendo-se em uma sequência que mistura calmaria com caos musical. A faixa demonstra uma habilidade impressionante para alternar entre seções melódicas e riffs intensos, criando uma experiência musical de tirar o fôlego. "Sacred Serenity" oferece uma introdução promissora com baixo e bateria, mas não atinge o mesmo nível de impacto que as faixas anteriores. No entanto, ainda apresenta momentos de grande virtuosismo, especialmente na linha de guitarra inicial.

"1,000 Eyes" é uma das faixas mais memoráveis do álbum, com uma performance de bateria de Gene Hoglan que é excepcional. A complexidade rítmica e os solos oferecem uma verdadeira joia do death metal. "Without Judgement" se destaca com um riff estereotipado de metal, um solo memorável e uma linha melódica impressionante, mostrando a habilidade de Chuck em criar riffs que permanecem com o ouvinte.

"Crystal Mountain" se posiciona com uma sonoridade que fica entre "Sacred Serenity" e "Zero Tolerance", oferecendo uma combinação de qualidade e impacto. A bateria novamente é um destaque, com a ruptura dramática no meio da música proporcionando uma surpresa gratificante. "Misanthrope" começa com uma introdução veloz e técnica, e embora seja considerada a faixa mais "fraca" do álbum, ainda apresenta riffs agradáveis e mantém a qualidade geral do disco. A faixa de encerramento, "Perennial Quest", é uma obra-prima que fecha o álbum de maneira apoteótica. Uma verdadeira demonstração do auge técnico e criativo da banda, apresentando seções acústicas que embora possam ser vistas como desnecessárias por alguns puristas, estão perfeitamente integradas à narrativa musical.

Embora Chuck Schuldiner tenha falecido em 2001, sua influência e legado permanecem vivos através de sua música. Symbolic é um testamento do seu talento e visão, e seu impacto na história do death metal é indelével. O álbum não é apenas um marco na carreira do Death, mas também uma peça fundamental na evolução do metal extremo, garantindo que a importância de Chuck Schuldiner e sua música continue a ser reconhecida e celebrada.

NOTA: 10/10

Gênero: Death Metal

Faixas:

1. Symbolic - 6:33
2. Zero Tolerance - 4:48
3. Empty Words - 6:22
4. Sacred Serenity - 4:27
5. 1, Eyes - 4:28
6. Without Judgement - 5:28
7. Crystal Mountain - 5:07
8. Misanthrope - 5:03
9. Perennial Quest - 8:21

Onde Ouvir: Plataformas de Streaming e Youtube

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