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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

DGM - Endless (2024)

O DGM vem se consolidando como uma das grandes forças do progressive metal atual. Seu som é pesado, técnico e incrivelmente acessível, sem jamais cair nos excessos que afastam tantos ouvintes do gênero. Como uma fusão entre Ayreon, Dream Theater e Spock's Beard, a banda refina o virtuosismo, resultando em uma sonoridade que é tanto envolvente quanto magistral. Se Endless fosse um lançamento do Dream Theater após o retorno de Portnoy, provavelmente seria aclamado como um dos melhores álbuns da banda. Contudo, enquanto o mainstream desfruta de uma margem maior de aceitação, grupos como o DGM precisam trabalhar incansavelmente para conquistar seu espaço ao sol.

Formada na Itália nos anos 1990, o nome DGM faz referência aos membros fundadores Diego, Gianfranco e Maurizio, que já não fazem parte da formação. Nos primeiros anos, a banda teve um início não tão impactante, mas com o passar do tempo foi refinando seu som e construindo sua identidade. Foi com o álbum The Passage, de 2016, que o DGM começou a encontrar sua verdadeira essência e a se sobressair no cenário do progressive metal. Atualmente, a banda é composta por Mark Basile (vocais), Simone Mularoni (guitarras), Emanuele Casali (teclados), Andrea Arcangeli (baixo) e Fabio Costantino (bateria). Com Endless, o grupo não apenas reafirma sua relevância no cenário, mas eleva seu som a novos patamares.

Faixa a faixa de Endless:

O álbum abre com "Promises", que é iniciada de maneira acústica e que cresce em seguida para um épico progressivo instrumental que equilibra melodia e técnica de maneira impecável. A faixa é guiada por teclados atmosféricos e riffs potentes, estabelecendo o tom emocional e grandioso do disco. A performance vocal de Mark Basile no início é imediatamente cativante, introduzindo o ouvinte ao universo sonoro do álbum. Uma bela introdução.

"The Great Unknown" traz peso e melodia em equilíbrio perfeito. A segunda faixa mantém a intensidade, com guitarras robustas e linhas de teclado que alternam entre o dramático e o melódico. O refrão é poderoso e emocional, destacando a capacidade da banda de criar músicas que são tanto complexas quanto acessíveis.

"The Wake" é um dos destaques do álbum e irá agradar em cheio os fãs de Dream Theater e Threshold. Uma peça que resulta como uma das faixas mais marcantes, com riffs esmagadores e uma seção instrumental que impressiona pela criatividade e fluidez. O diálogo entre guitarra e teclado é especialmente notável, evocando o melhor do prog metal clássico sem soar derivativo.

"Solitude" traz beleza em momentos de calmaria. Aqui, o DGM mostra sua versatilidade com uma abordagem mais introspectiva. A introdução acústica e os toques de flauta criam um ambiente etéreo que contrasta com os momentos mais intensos do álbum. O refrão é emocionalmente carregado, e a faixa termina em uma nota melancólica que prepara o terreno para o restante do disco.

"From Ashes" não deixa o ouvinte pensar em cansar com sua energia renovada. Com um ritmo acelerado e um refrão contagiante, é uma injeção de energia. A guitarra de Simone Mularoni brilha com riffs complexos e solos incendiários, enquanto os vocais de Basile atingem novas alturas emocionais.

"Final Call" é a joia do álbum. Principal porta de entrada para o disco e para quem não conhece o som da banda, é um exemplo perfeito do equilíbrio que o DGM alcança entre técnica e melodia. O instrumental no meio da música é um destaque absoluto, com início místico para em seguida mergulhar em teclados etéreos e guitarras emocionantes que elevam a faixa a um patamar épico.

"Blank Pages" é a faixa mais próxima de uma balada, com um foco maior na emotividade dos vocais e no piano. A canção cresce de forma gradual, culminando em um solo de guitarra que parece desenhar emoções no ar. Mesmo aqueles que normalmente não são fãs de baladas encontrarão algo para apreciar aqui.

"...Of Endless Echoes" conclui o álbum com um encerramento magistral. A faixa final é uma verdadeira viagem musical de 14 minutos. Passando por diversas mudanças de andamento e atmosfera, a música encapsula tudo o que torna Endless especial. O solo de guitarra no clímax é arrebatador, enquanto o final cinematográfico fecha o álbum com chave de ouro.

Endless é uma obra que combina emoção, técnica e acessibilidade de maneira exemplar. Cada faixa contribui para a coesão do álbum, criando uma experiência que é ao mesmo tempo dinâmica e profundamente satisfatória. Com sua abordagem inovadora e raízes firmemente plantadas no prog metal clássico, o DGM entrega um álbum que não só consolida sua posição no gênero, mas também desafia os limites da música progressiva moderna.

Se você aprecia bandas como Dream Theater e Symphony X, ou simplesmente busca uma experiência musical que una técnica e alma, Endless é um álbum indispensável. E está disponível no Brasil, pela Shinigami Records.


Nota: 9,5/10

Gênero: Prog Metal

Songs / Tracks Listing

1. Promises (5:16)
2. The Great Unknown (7:03)
3. The Wake (7:29)
4. Solitude (5:27)
5. From Ashes (5:35)
6. Final Call (6:10)
7. Blank Pages (5:02)
8. ...of Endless Echoes (14:21)
Total Time 56:23
Line-up / Musicians

- Mark Basile / vocals
- Simone Mularoni / guitars
- Emanuele Casali / keyboards
- Andrea Arcangeli / bass
- Fabio Constantino / drums

Releases information
Label: Frontier Music src

Onde ouvir: Plataformas de streaming e mídia física, disponível no Brasil pela Shinigami Records.

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